sábado, outubro 30
"vem-nos à memória uma frase batida"
Ando com esta música na cabeça desde quinta-feira.
Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
sexta-feira, outubro 29
Love is in the air!
A Jéé fez um ano com o Daniel, e eu e o Ricardo, como somos os melhores amigos que eles podiam ter, fomos uns autênticos fofinhos e decidimos fazer uma prenda para os meninos celebrarem a data: A Caixa dos 5 Sentidos. A parte gira é que eles têm de por a imaginação a funcionar para usar as coisas que a dita caixa contêm! Acho que a Jéssica me fez aprender a dar sem querer receber, sem cobrar, sem reclamar. A melhor recompensa que recebia, ou melhor, eu e o Ricardo, foi mesmo os sorrisos sinceros daqueles dois pombinhos, que ficaram MESMO felizes.
- Um namorado para a mesa da menina Patrícia, por favor. E para acompanhar podem ser amigos que lhe façam surpresas amorosas. Por agora é só, obrigada.
P.S.: Eu e o Ricardo Adoramo-vos <3
- Um namorado para a mesa da menina Patrícia, por favor. E para acompanhar podem ser amigos que lhe façam surpresas amorosas. Por agora é só, obrigada.
P.S.: Eu e o Ricardo Adoramo-vos <3
Não, não sei viver sozinha
Sozinha, quer dizer…sem um membro do sexo masculino na vertente amorosa. Não tenho andado muito com aquela inspiração melosa para escrever, e acho que isso se deve ao facto de não ter namorado e de não estar perdidamente apixonada por alguém. Quer dizer, não é que não haja uma ou duas pessoas com quem não me importava de, mas daí a estar na lua e a escrever lamechices, não… Não mesmo.
Mas tenho saudades disso, tenho saudades de ouvir algumas músicas e ficar a pensar em como estou tão feliz por estar apaixonada, e blá blá blá… Enfim, ando bem em todos os apectos menos nesse. Sinto-me (um pedacinho) sozinha, e o que mais me aborrece é que podia ter alguém, e não tenho porque…enfim, porque não me dei ao trabalho. Porque quem podia ter sido um belo Prince-Charming, não o foi porque “tive medo da ordem estabelecida, medo de recomeçar, medo que não desse certo, medo que tudo aquilo não passasse de um sonho”, e ele “quis amar-me como toda a gente sonha ser amada. E eu não soube responder-lhe por causa de uma cobardia inaudita”.
Enfim...isso já passou. Agora continuo a clamar pelo Principe-Encantado, que ainda está para chegar, que ainda por aí à espera que um dia eu lhe aparece à frente, e seja um amor à primeira vista que vai durar para sempre.
terça-feira, outubro 26
Acasos e mistérios
O amor deixou de ser a mola que nos faz sonhar.
in Acasos e Mistérios, Maria Carlos Loureiro
Irmão
‘Tá bem Gualter, já sei que demontrar o que sentes pelas pessoas não é o teu forte. Mas eu não sou assim, pronto! Contigo não o costumo fazer muito, pelo menos de forma directa, mas isso só porque já te conheço! És mais do que meu amigo, és como um verdadeiro Irmão. Eu sei que tu me amas, e acredita que sinto mesmooo a tua falta quando estamos um dia sem falar ou assim, ou quando, mesmo falando todos os dias, não te vejo durante umas poucas semanas. SIM, GOSTO MUITOO DE TI! Pronto, já disse. Agora vou tomar banho. Ontem não me apeteceu.
domingo, outubro 24
Quizz
Vi isto num blog vizinho. Não resisti fazer.
20. Quais os teus planos para este fim-de-semana? ficar em casa a fazer ronha.
21. Queres ter filhos? acho que sim.
22. Já alguma vez beijaste alguém cujo nome comece por M? sim.
23. Tens piercings? sim.
24. Consegues falar bem? sim.
25. Sentes falta de alguém do teu passado? sim.
26. Já fizeste alguma festa do pijama? sim.
27. Já alguma vez estiveste em cima de um cavalo? sim.
28. Já beijaste alguém cujo agora te envergonhes ao recordar? sim.
29. Já partiste o coração de alguém, no amor ou na amizade? sim.
30. Já alguma vez fizeste o teu namorado chorar? ex-namorado, sim.
31. Queres viver com alguém sem casar? sim.
32. O que devias estar a fazer? estudar.
33. Tens namorado(a)? não.
34. Qual é a tua cor preferida? cinzento.
35. Já alguma vez mudaste de roupa num veículo? não.
36. Confias facilmente nas pessoas? (infelizmente) sim.
37. Tens uma boa relação com os teus pais? mais para sim do que para não.
38. Qual foi a última pessoa que te viu chorar? a bá.
39. Dás segundas oportunidades facilmente? sim.
40. É mais fácil perdoar ou esquecer? perdoar.
41. Este é o melhor ano da tua vida? não.
42. Qual o nome que te chamavam em criança? patrícia.
43. Já alguma vez foste para algum sítio público completamente despido? não.
44. Acreditas que tudo acontece por um motivo? acredito que tudo acontece derivado de acções anteriores.
45. O que é que te incomoda? estar sozinha num local público.
46. Já alguma estiveste fora do país? não.
47. Alguma vez jogaste DS? nintendo ds? não.
48. Estás a ouvir música neste momento? Se sim, qual é? sim, we are young - mika
49. Gostas de comida chinesa? não.
50. Tens medo do escuro? não.
51. Fazes batota? não.
52. És rancoroso? sim.
53. Consegues manter sapatos brancos limpos? não tenho sapatos brancos.
54. Queres-te casar? talvez.
55. É amoroso quando um rapaz te trata por bebé? se eu gostar desse rapaz é.
56. Acreditas no verdadeiro amor? acredito, mas também acredito que só existe um.
57. Estás com fome? não.
58. Mudavas o teu nome? não.
59. Já alguma vez te sentiste abandonada? não.
60. Qual é o teu signo? caranguejo.
61. Gostas de andar de metro? sim.
62. Foi difícil beijar a última pessoa que beijaste? não.
63. Um amigo do sexo oposto gosta de ti, o que fazes? depende do amigo.
64. Já alguma vez fingiste não ver alguém que conhecias? sim.
65. És teimoso(a)? um bocado.
66. Qual foi a última pessoa do sexo oposto que falou contigo? o (meu) Gualter.
67. Faz diferença que a pessoa com quem namoras fume? não.
68. Já andaste à porrada com alguém? não.
69. Já tiveste uma curte de uma só noite? sim.
70. Qual é a melhor companhia para uma tarde de filmes? Pipocas ou bolachas? pipocas.
71. Qual foi a ferida mais estúpida que fizeste na tua vida? não faço ideia.
72. O que é que te tira do sério? mentiras e gozos.
73. Qual foi o teu maior susto? quando a Kika Tangerina foi para o veterinário, super doente.
74. Como foi o teu pior pesadelo? não me lembro.
75. Como foi o teu melhor sonho? não vou contar.
76. Gelado de baunilha e chocolate ou banana e chocolate? bana e chocolate.
77. Uma mordidela ou uma lambidela? depende da mordidela.
78. Um sorriso ou uma gargalhada? um sorriso.
79. Qual é a palavra que mais gostas? free.
80. Livro ou filme? os dois.
81. Três animais: cães, suricatas e borboletas.
82. Brincos, colares ou anéis? brincos.
83. Aptidão para cantar ou desenhar? nem uma nem outra.
84. Duas palavras para te definir: utópica, afável.
85. A vida não pode ser...só vida.
1. Quem foi a última pessoa que te disse "amo-te"? o joão.
2. Lamentas-te muitas vezes? acho que não.
3. És tímido ou não? depende. por norma não muito.
4. És rapaz ou rapariga? rapariga.
5. Qual é o estado da tua relação? solteira.
6. Como queres morrer? a dormir.
7. Qual foi a última coisa que comeste? pudim.
8. Fazes algum desporto? não.
9. Róis as unhas? sim.
10. Quando foi a tua última luta física? acho que nunca estive metida em nenhuma.
11. Tens atitude? se isso for sinónimo de impor a minha opinião, sim.
12. Gostas de alguém? sim.
13. Odeias alguém neste momento? sim.
14. Sentes falta de alguém? sim, "every single day".
15. Como te sentes hoje? constipada, muito constipada.
16. Já comeste num carro onde alguém, ou tu, estavas a conduzir? sim.
17. Tens medo de aranhas? sim.
18. Se te dessem a oportunidade de voltar atrás, tu voltavas? sim.
19. Lamentas alguma coisa no teu passado? sim
2. Lamentas-te muitas vezes? acho que não.
3. És tímido ou não? depende. por norma não muito.
4. És rapaz ou rapariga? rapariga.
5. Qual é o estado da tua relação? solteira.
6. Como queres morrer? a dormir.
7. Qual foi a última coisa que comeste? pudim.
8. Fazes algum desporto? não.
9. Róis as unhas? sim.
10. Quando foi a tua última luta física? acho que nunca estive metida em nenhuma.
11. Tens atitude? se isso for sinónimo de impor a minha opinião, sim.
12. Gostas de alguém? sim.
13. Odeias alguém neste momento? sim.
14. Sentes falta de alguém? sim, "every single day".
15. Como te sentes hoje? constipada, muito constipada.
16. Já comeste num carro onde alguém, ou tu, estavas a conduzir? sim.
17. Tens medo de aranhas? sim.
18. Se te dessem a oportunidade de voltar atrás, tu voltavas? sim.
19. Lamentas alguma coisa no teu passado? sim
20. Quais os teus planos para este fim-de-semana? ficar em casa a fazer ronha.
21. Queres ter filhos? acho que sim.
22. Já alguma vez beijaste alguém cujo nome comece por M? sim.
23. Tens piercings? sim.
24. Consegues falar bem? sim.
25. Sentes falta de alguém do teu passado? sim.
26. Já fizeste alguma festa do pijama? sim.
27. Já alguma vez estiveste em cima de um cavalo? sim.
28. Já beijaste alguém cujo agora te envergonhes ao recordar? sim.
29. Já partiste o coração de alguém, no amor ou na amizade? sim.
30. Já alguma vez fizeste o teu namorado chorar? ex-namorado, sim.
31. Queres viver com alguém sem casar? sim.
32. O que devias estar a fazer? estudar.
33. Tens namorado(a)? não.
34. Qual é a tua cor preferida? cinzento.
35. Já alguma vez mudaste de roupa num veículo? não.
36. Confias facilmente nas pessoas? (infelizmente) sim.
37. Tens uma boa relação com os teus pais? mais para sim do que para não.
38. Qual foi a última pessoa que te viu chorar? a bá.
39. Dás segundas oportunidades facilmente? sim.
40. É mais fácil perdoar ou esquecer? perdoar.
41. Este é o melhor ano da tua vida? não.
42. Qual o nome que te chamavam em criança? patrícia.
43. Já alguma vez foste para algum sítio público completamente despido? não.
44. Acreditas que tudo acontece por um motivo? acredito que tudo acontece derivado de acções anteriores.
45. O que é que te incomoda? estar sozinha num local público.
46. Já alguma estiveste fora do país? não.
47. Alguma vez jogaste DS? nintendo ds? não.
48. Estás a ouvir música neste momento? Se sim, qual é? sim, we are young - mika
49. Gostas de comida chinesa? não.
50. Tens medo do escuro? não.
51. Fazes batota? não.
52. És rancoroso? sim.
53. Consegues manter sapatos brancos limpos? não tenho sapatos brancos.
54. Queres-te casar? talvez.
55. É amoroso quando um rapaz te trata por bebé? se eu gostar desse rapaz é.
56. Acreditas no verdadeiro amor? acredito, mas também acredito que só existe um.
57. Estás com fome? não.
58. Mudavas o teu nome? não.
59. Já alguma vez te sentiste abandonada? não.
60. Qual é o teu signo? caranguejo.
61. Gostas de andar de metro? sim.
62. Foi difícil beijar a última pessoa que beijaste? não.
63. Um amigo do sexo oposto gosta de ti, o que fazes? depende do amigo.
64. Já alguma vez fingiste não ver alguém que conhecias? sim.
65. És teimoso(a)? um bocado.
66. Qual foi a última pessoa do sexo oposto que falou contigo? o (meu) Gualter.
67. Faz diferença que a pessoa com quem namoras fume? não.
68. Já andaste à porrada com alguém? não.
69. Já tiveste uma curte de uma só noite? sim.
70. Qual é a melhor companhia para uma tarde de filmes? Pipocas ou bolachas? pipocas.
71. Qual foi a ferida mais estúpida que fizeste na tua vida? não faço ideia.
72. O que é que te tira do sério? mentiras e gozos.
73. Qual foi o teu maior susto? quando a Kika Tangerina foi para o veterinário, super doente.
74. Como foi o teu pior pesadelo? não me lembro.
75. Como foi o teu melhor sonho? não vou contar.
76. Gelado de baunilha e chocolate ou banana e chocolate? bana e chocolate.
77. Uma mordidela ou uma lambidela? depende da mordidela.
78. Um sorriso ou uma gargalhada? um sorriso.
79. Qual é a palavra que mais gostas? free.
80. Livro ou filme? os dois.
81. Três animais: cães, suricatas e borboletas.
82. Brincos, colares ou anéis? brincos.
83. Aptidão para cantar ou desenhar? nem uma nem outra.
84. Duas palavras para te definir: utópica, afável.
85. A vida não pode ser...só vida.
Andar ao contrário
Independentemente de escrever sempre o mesmo tipo de história, em que nunca esqueceu o seu grande amor que na verdade não vale nada, mas mesmo assim continua a amá-lo, a excelentissima senhora Margarida R.P. fala por todos nós (em especial pelos membros do sexo feminino). Escreve coisas que nos comovem e com que nos identificamos. O seguinte excerto foi tirado do livro Artista de Circo, publicado em 2002, do capítulo Andar ao Contrário.
“Às vezes, sem saberes porquê, tudo se desfaz por entre os dedos e assistes atónita e impotente à perda irrecuperável do teu amor: ele desfaz-se em gritos, insultos e estalos, tudo se perde no ar que fica pesado como chumbo e, mergulhada na prostração do absurdo, percebes que está tudo perdido, que as palavras e os gestos te atraiçoaram para sempre, que preferes morrer a enfrentar a realidade por ti criada, alimentada pelos teus medos e dúvidas, percebes que te fodeste para sempre, que nunca mais poderás recuperar tudo o que construíste, os sonhos estatelaram-se como copos que atiraste à parede e se desfizeram em mil cacos e de repente vês a tua vida em infinitos fragmentos de vidro iguais a nada, piores que nada, porque o nada é branco e tem um princípio e um sentido mas desaparece quando percebes o que te aconteceu e os vidros ficam ali no chão, à espera de te apanharem num movimento menos prudente e então vais buscar uma vassoura daquelas pequenas que parecem de brincar e uma pá a condizer e tentas apanhar os fragmentos infinitos e varres com cuidado mas totalmente absorta da actividade que executas como um autómato contrariado que de repente toma consciência de que o puseram a executar uma tarefa abaixo da sua expertie, mas mesmo assim varres tudo, sabendo que atrás da porta, ou junto ao rodapé, ou estranhamente projectado a mais de três metros, há um que te vai cortar mesmo o pé e, por mais que não queiras, por mais que fujas, vais mesmo sofrer. Ou então, depois da batida da porta que te ecoa no cérebro como uma bomba-relógio com a contagem ao contrário, vais mesmo ao armário e retiras de lá todos os copos, um a um atira-los contra a parede, o movimento do teu braço é como o de um atleta das olimpíadas a lançar o dardo, apetece-te furar o mundo em mil e um buracos, o efeito a plástico do vidro é admiravelmente acompanhado por um ruído estridente, um estertor de uma morte que não consegues realizar, a banda sonora perfeita para a tua alma, ou aquela merda que carregas no peito e que te alimenta ao mesmo tempo que te mata, toda partida, rebentada, desfeita e mil pedaços de memórias que não queres esquecer mas não podes lembrar e é então, quando o chão de madeira parece um tapete de faquir em fase embrionária que percebes que não és nenhum atleta, que não podes voltar atrás, rebobinar o filme e evitar a conversa, os insultos, os gritos, os gestos desmedidos e absurdos, os maus tratos de quem ama de mais e não sabe viver de outra maneira e é então que te perguntas porquê. E os dias passam, comendo a luz que te dói nos olhos e na alma e vêm as noites, e o tempo continua a perseguir-te com o vazio de um dia igual ao outro e ao outro e outro e tu só queres desistir, dormir, perder o juízo e a lucidez e voltar ao momento exactamente anterior à dor, ao vazio e à tristeza, mas é sempre tarde, é sempre demasiado tarde para voltar atrás. Só o mundo é que anda ao contrário dos ponteiros do relógio.”
“Às vezes, sem saberes porquê, tudo se desfaz por entre os dedos e assistes atónita e impotente à perda irrecuperável do teu amor: ele desfaz-se em gritos, insultos e estalos, tudo se perde no ar que fica pesado como chumbo e, mergulhada na prostração do absurdo, percebes que está tudo perdido, que as palavras e os gestos te atraiçoaram para sempre, que preferes morrer a enfrentar a realidade por ti criada, alimentada pelos teus medos e dúvidas, percebes que te fodeste para sempre, que nunca mais poderás recuperar tudo o que construíste, os sonhos estatelaram-se como copos que atiraste à parede e se desfizeram em mil cacos e de repente vês a tua vida em infinitos fragmentos de vidro iguais a nada, piores que nada, porque o nada é branco e tem um princípio e um sentido mas desaparece quando percebes o que te aconteceu e os vidros ficam ali no chão, à espera de te apanharem num movimento menos prudente e então vais buscar uma vassoura daquelas pequenas que parecem de brincar e uma pá a condizer e tentas apanhar os fragmentos infinitos e varres com cuidado mas totalmente absorta da actividade que executas como um autómato contrariado que de repente toma consciência de que o puseram a executar uma tarefa abaixo da sua expertie, mas mesmo assim varres tudo, sabendo que atrás da porta, ou junto ao rodapé, ou estranhamente projectado a mais de três metros, há um que te vai cortar mesmo o pé e, por mais que não queiras, por mais que fujas, vais mesmo sofrer. Ou então, depois da batida da porta que te ecoa no cérebro como uma bomba-relógio com a contagem ao contrário, vais mesmo ao armário e retiras de lá todos os copos, um a um atira-los contra a parede, o movimento do teu braço é como o de um atleta das olimpíadas a lançar o dardo, apetece-te furar o mundo em mil e um buracos, o efeito a plástico do vidro é admiravelmente acompanhado por um ruído estridente, um estertor de uma morte que não consegues realizar, a banda sonora perfeita para a tua alma, ou aquela merda que carregas no peito e que te alimenta ao mesmo tempo que te mata, toda partida, rebentada, desfeita e mil pedaços de memórias que não queres esquecer mas não podes lembrar e é então, quando o chão de madeira parece um tapete de faquir em fase embrionária que percebes que não és nenhum atleta, que não podes voltar atrás, rebobinar o filme e evitar a conversa, os insultos, os gritos, os gestos desmedidos e absurdos, os maus tratos de quem ama de mais e não sabe viver de outra maneira e é então que te perguntas porquê. E os dias passam, comendo a luz que te dói nos olhos e na alma e vêm as noites, e o tempo continua a perseguir-te com o vazio de um dia igual ao outro e ao outro e outro e tu só queres desistir, dormir, perder o juízo e a lucidez e voltar ao momento exactamente anterior à dor, ao vazio e à tristeza, mas é sempre tarde, é sempre demasiado tarde para voltar atrás. Só o mundo é que anda ao contrário dos ponteiros do relógio.”
sábado, outubro 23
Unfaithful
Se o cheguei a amar? Sim, por breves instantes, quando éramos só um e esquecíamos o universo, os problemas do lado de fora. Não mais do que nesses momentos.
Agora, reservo-lhe o desprezo, pelas suas desprezáveis atitudes.
Não, não me arrependo, mas não foi uma coisa bonita de se fazer, nem de aguentar.
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